terça-feira, 2 de novembro de 2010

Gestão

Tomei consciência do quão importante é poupar e aproveitar o que temos em casa graças a esta crise que, para mim, não começou agora. Como trabalho no mercado imobiliário, há muito que me apercebi do que aí vinha... E comecei a tomar medidas para me adaptar a esta nova realidade.

Por outro lado, em breve vamos tornar-nos numa família de 4, o que implica alguma ginástica adicional. É certo que até o meu filho ter cerca de 12 meses não vai comer o mesmo que nós, mas convém começar a fase de mentalização.

Aprendi muita coisa a ler alguns blogs virados para a economia doméstica. E se é certo que vi muitos disparates, também é certo que muito do que li foi importante para me abrir horizontes.
  • Passei a ter mais noção do que tenho em casa, na arca, no frigorífico e na despensa, e a usar o que tenho para cozinhar, ao invés de andar a fazer compras para cozinhar o que me apetece no dia. 
  • Passei a planear as refeições semanalmente, para rentabilizar ao máximo o que temos em casa. 
  • Deixei de ir ao supermercado dia sim, dia não, e passei a ir só uma vez por semana. 
  • Evito levar a minha filha para o supermercado (porque demoro muito mais tempo e tenho sempre que lidar com uma birra "mãe, eu quero tanto uma Pinipon!"). 
  • Vou ao supermercado quase sempre a um dia de semana, à hora de almoço (depois de almoçar) porque o facto de não ir com muito tempo disponível faz com que não me perca com o que não é essencial. 
  • Passei a ter em atenção o sítio onde faço compras não só pela proximidade geográfica, mas também pelos preços das coisas e pelas promoções disponíveis. 
  • Percebi que o Modelo/Continente é bem mais caro que o Pingo Doce e nem fazia ideia. 
  • Passei a ir mais ao Minipreço e ao Lidl e não perdi em qualidade (basta saber escolher as coisas). 
  • Utilizo imensa coisa que me dão. A minha avó fornece-me doses industriais de courgette, de abóbora e de cebolas, por exemplo. O que não uso logo arranjo e congelo para usar mais tarde. 
  • Deixei de comprar bolachas e snacks para ir petiscando no trabalho. Em vez disso, faço bolachas ou bolos uma vez por semana (às vezes mais) e vou trazendo.
  • Consumo muito mais fruta do que antes. E acabo por necessitar de cozinhar menos quantidade, porque fico bem se comer um prato de sopa, uma mini-dose de segundo prato e uma peça de fruta no fim.
  • Deixei de consumir refrigerantes em casa. Uso a Bimby para fazer sumos e muitas, muitas limonadas.
  • Deixei de comprar pão. Faço-o em casa e, o que sobra, acaba cortado e congelado, pronto para fazer torradas, ou em pão ralado aromatizado (com alho e coentros, por exemplo).
  • Uso imensas marcas brancas, inclusive em comida. E não me chateio nada por isso. Há muito, muito tempo que a massa é Pingo Doce / Dia / Lidl / Continente e que não consumo outro tipo de marcas. 
  • Aprendi a deixar a preguiça de lado e a arranjar molhos de grelos / espinafres / agriões, em vez de os comprar já prontos a usar. Poupa-se tempo abrindo apenas o pacote, mas não acho que compense. 
  • Passei a ter muito mais atenção aos prazos de validade das coisas que tenho em casa e já não me lembro da última vez que deitei fora alguma coisa por estar fora de prazo.
Depois, noutras secções: deixei de comprar roupa e sapatos ao desbarato. Idem para a maquilhagem. Deixei de ir à manicure (trato eu disso em casa). Deixei de comprar livros só porque sim, apesar de ler ser a minha grande paixão... mas tenho tantos livros por ler, da época em que comprava livros só porque sim, que não me vai faltar o que ler nos próximos anos (compro apenas e só quando me interessa mesmo muito, e só se não for mesmo precisar daquele dinheiro para outra coisa). As idas ao cinema passaram a ser muito mais espaçadas (até porque, com uma filha pequena, as oportunidades não são tantas). Não me lembro da última vez que fomos jantar fora e, sinceramente, não tenho saudades.

Há muitas maneiras de poupar e de rentabilizar o dinheiro que se tem. Eu não sou forreta, nem nada que se pareça, mas quero saber com o que posso contar e não me quero arrepender de ter gasto dinheiro em coisas inúteis. E se há algo positivo nesta crise que se sente é o facto de todos podermos aprender com ela...


5 comentários:

Unknown disse...

Concordo plenamente contigo e também já aplico algumas regras que tb descreves. Este post foi muito útil. Espero que sirva de exemplo para algumas pessoas que andam um pouco perdidas. Pelo menos eu, ando a tentar sobreviver a esta crise com o mínimo de incidentes de percurso.
bjs

Unknown disse...

Eu acho que a crise também serve para nos mostrar que muitas das despesas que temos (tínhamos) mensalmente são acessórias e que se virmos bem ainda são uma fatia consideravel no orçamento. Junte-se a isso os créditos e a falta de organização familiar no que toca à alimentação e às compras de supermercado e realmente não é uma perspectiva nada animadora. Este teu post é uma lufada de sugestões que são facilmente aplicáveis no dia-a-dia, basta haver bom senso e organização.
Cá por casa também nos organizamos para gastar o mínimo possível com a comida, mas como ainda somos só 2 não é muito difícil de gerir. E temos reparado que desde os primeiros meses de casados até agora já aprendemos a não desperdiçar comida e a aproveitar melhor tudo o que temos principalmente no frigorífico e no congelador.
Obrigada pelos exemplos:)

Jo disse...

Que bolachas costumas fazer para levar? Levo sempre um pacote pequeno para comer, das de supermercado, mas torna-se muito caro... Gostava de seguir essa tua dica :)

Ana disse...

adorei totalmente de acordo tb gostava de saber alguma receitas das tuas bolachas e se forem receitas light tanto melhor

Obgda gosto muito de ler o teu Blog

Lénia Rufino disse...

Ana, as receitas estão todas aqui no blog...

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